Na noite desta quarta-feira (8), a Primeira Procuradora Adjunta da Procuradoria da Mulher da CLDF, deputada Dayse Amarilio (PSB), participou de uma aula aberta para alunos do mestrado e doutorado em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB). Em pauta, o enfrentamento à violência contra a mulher. O evento aconteceu no auditória da Faculdade de Ciências da Informação.
Após a explanação dos alunos teve início um debate sobre a temática que contou com a participação da parlamentar, de seu colega de Bloco, o deputado Fábio Félix, da Professora da Faculdade de Comunicação (FAC/UnB), a Sra. Janara Sousa; da psicóloga e gestora pública/ GDF e Sistema Único de Saúde (SUS)/DF, a Sra. Fernanda Falcomer e da mestra em Ciências Sociais (UnB) e Assistente Social do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, a Sra. Maria Luiza.
Na ocasião, a distrital além de falar sobre a falta de um atendimento transversal, que não revitimize as vítimas de violência, destacou a falta de investimentos para políticas públicas voltadas para esse grupo.
“Eu conheci a violência doméstica de perto, minha mãe foi uma das inúmeras vítimas de um relacionamento abusivo. Por isso, como mulher e parlamentar, abracei a causa. Precisamos entender que é fundamental que os gestores públicos destinem recursos de forma robusta para políticas públicas estruturantes e transversais que atendas essas mulheres sem revitalizá-las”, disse. “Para além disso, precisamos trabalhar de forma a desconstruir o machismo estrutural, que mata, viola e oprime tantas mulheres. Como profissional de saúde e deputada, quero utilizar meu lugar de fala para dar vez e voz a projetos e atores que oportunizem essas mulheres. Apenas juntos e juntas conseguiremos reverter essa situação”, completou Dayse Amarilio.
É preciso lembrar e cobrar justiça- Uma das componentes do grupo de apresentou o trabalho, a enfermeira Erika Thaynara, emocionou a todos com um relato comovente. Ela é sobrinha de Izabel Guimarães (36), que no último mês de fevereiro foi baleada pelo ex-companheiro na frente da filha, de 10 anos, em Ceilândia.
Erika, falou da dor e do luto que a família vive até hoje e destacou a necessidade de ficarmos atentos aos sinais de mulheres que estão em relacionamentos tóxicos.
“Não sabíamos o que a “Tia Bel” vinha enfrentando. Não tínhamos a dimensão da sua dor, da sua luta. Sabíamos que a relação, que tinha terminado, era violenta, mas não imaginávamos que acabaria por tirar sua vida”, disse.
Armas de Fogo X Feminicídio- O renomado jornalista Caco Barcellos, que comanda o Programa “Profissão Reporter”, participou de forma muito atenta durante a aula aberta. Após o evento, Caco gravou entrevista com Érika e seus familiares e com os deputados Dayse Amarilio e Fábio Félix.
O jornalista esteve em Brasília para realizar as gravações de uma nova edição do programa, que tem como tema o aumento de armas de fogo no Brasil e a escalada de violência em nosso país.